Capítulo 1

Ninguém contestaria a honra da família Nobledon, renomados nobres de inegável influência social na Corte. Mesmo que uma dúvida os envenenasse de dentro para fora.

Com uma linhagem de grandes homens que perdurava há séculos, os Nobledons foram heróis de várias guerras, sempre lutando por causas cruciais para a Grã-Bretanha e, quase sempre, também para a fortuna da família. Com o passar dos séculos, os títulos se acumularam até que um dos bravos Nobledon defendeu a grande Rainha Anne e por isso foi feito Duque de Somerchester no início de 1700. Desde o momento em que ele arriscou o pescoço no campo de batalha até a modernidade do ano de 1855, quando a luta era travada na política, a linhagem chegava a Reginald Francis Nobledon, o Duque. Depois dele só havia seu filho único, Fox, herdeiro do ducado e detentor do título de Marquês de Somerchester.

Obviamente, “Fox” não era seu nome de batismo; um rapaz nascido em berço esplêndido dificilmente seria batizado de Fox, gato ou muito menos raposa – animal que mais se assemelhava às suas habilidades de diplomacia. O muito maravilhoso herdeiro Nobledon era chamado Francis Edgard, mas foi perversamente apelidado de “Fox” por uma velha babá que repetia para o menino conselhos como:

— Cuidado com seus amigos no colégio interno! Um duque tem que ser esperto como uma raposa, sempre desconfiado, nunca se deixe enganar! Veja como seu pai é um homem atento, ele deve ser seu espelho.

O herdeiro só podia ser parecido com o pai na retidão de caráter mesmo, porque na aparência, desde esta tenra idade, Fox era horrivelmente diferente do Duque. Um era moreno, minguado e baixo, o outro forte e alourado – mesmo que ainda criança, a diferença de escala era escancarada. Além dele, ninguém na família parecia achar estranho.

— Um dia seu cabelo vai escurecer — dizia sua mãe. — Existe sangue de duque em você.

— Um dia sua barba vai sujar suas bochechas, Vossa Graça, ficará a cara do milorde, seu pai. — Seu primeiro valete aconselhou.

Esse dia nunca chegou.

Chegou a barba – cheia e frondosa, também Fox conseguiu incorporar a elegância de seu pai em seu modo de andar e falar, e foi fácil copiar a sabedoria do Duque.

Mas, à medida que os anos avançaram, ele se tornou mais atlético, mais alto e mais forte. Sua voz ficou mais baixa e rouca, muito diferente do tom claro e cavalheiresco de seu pai refinado.

De início, “Fox” era uma admoestação carinhosa que o Marquês desgostava e que pegou como todo apelido que se quer esconder, então ele abraçou a doce piada porque o bom humor tornava mais fácil esconder a suspeita que contaminava seu coração.

Durante sua vida toda, a comparação foi uma ferida aberta que ressurgia repetidas vezes, e ainda assim, Fox conseguia manter-se sóbrio. A dor maior vinha de enfrentar a muito perturbadora reação de estranhos ao encontrar pai e filho juntos. Havia uma sequência de expressões faciais graves: testa enrugada, lábios franzidos, olhos desviados e, finalmente, devido à influência do ducado, o inevitável: — Parabéns, Vossa Graça, pela linhagem notável. Um herdeiro lindo!

Fox sempre ouvia os elogios como uma crítica aos atributos físicos de seu pai e esse sentimento foi a principal razão pela qual ele aceitou o posto distante de Enviado Extraordinário e Plenipotenciário de Sua Majestade na Espanha. Lá, ninguém conhecia o Duque de Somerchester, portanto, ele estava seguro.

Depois de uma longa estada no continente, na noite em que voltou a casa, saudoso da companhia de seu pai, o escrutínio de estranhos foi o que Fox encontrou no Prato D’Ouro, o melhor restaurante de Mayfair.

Ele preferiria jantar no clube de cavalheiros onde todos os conheciam, e estaria vazio por ser aquela a temporada de festas de final de ano. Mas seu pai, orgulhoso da aparência moderna que Fox ostentava, sugeriu algo mais extravagante.

— Já começou novembro e os últimos meses do ano pedem eventos grandiosos. E você estar em casa para ficar até o Ano Novo é uma celebração à altura! — disse o Duque obviamente adoentado.

Decidido a agradar seu querido pai, Fox concordou com um suspiro fundo para juntar confiança, afinal de contas, pois uma vez vencida a curiosidade das pessoas, jantar no refinado D’Ouro era sempre prazeroso. Infelizmente, a refeição foi reduzida para 4 pratos, pois a saúde do Duque não permitiu que ali ficassem mais.

— Sinto muito, meu rapaz. Sua mãe nunca me perdoaria por impedir você de comer a vitela que tanto gosta.

Fox deu uma risadinha.

 — Ela deixou esta terra há cinco anos, nenhuma reclamação virá dela; e não importa, pai. Tenho certeza de que mandou entregar a vitela, além de todos os outros pratos restantes. Certamente um banquete estará esperando por nós em casa.

Como admissão de culpa, o combalido Duque ergueu os ombros enquanto esperavam pela carruagem no saguão bem iluminado do restaurante; seu filho mais que perfeito tinha previsto suas ações. Uma crise de tosse arruinaria o momento, então ele fez o possível para engolir o desconforto na garganta.

— Vossa Graça?

Os dois se viraram quando alguém chamou, tanto Duque quanto Marquês estavam acostumados a responder aquele cumprimento a vida toda.

— Shsh, tio! Não nos envergonhe! — ouviram uma reprimenda cochichada.

— Irmão, não incomode Sua Graça… — depois ouviram uma voz feminina mais velha.

— Por favor, Vossa Graça — um homem sorridente, barrigudo e de cabelos brancos insistiu. — Aníbal Johnson, DS Companhia Importadora de Chá & Seda.

— É claro, é claro. — O Duque forçou um sorriso enquanto o homem dobrava a coluna e as mulheres se abaixavam em uma mesura. — Como vai, senhor?

— Que surpresa formidável encontrar Sua Graça aqui, eu digo! Tão raramente visto em público ultimamente. — Johnson parecia muito satisfeito por conhecer o distinto lorde. — Estou muito bem, Sua Graça. Posso perguntar sobre o seu cansaço?

— Bem, você sabe… — O Duque lançou um olhar rápido para Fox e o encontrou franzindo a testa. Sem dar pista da mudança de postura, ele esticou-se, apesar do desconforto físico. — Muito melhor agora que tenho meu filho comigo, sua companhia me dá grande coragem, com certeza.

— Que companhia excelente, de fato! — Johnson se virou para o jovem alto. — Meu senhor Marquês. — Outra reverência.

— Boa noite, Sr. Johnson. — Fox respondeu esperando que o lacaio chegasse como se por um passe de mágica para anunciar que a carruagem estava pronta e eles pudessem evitar o constrangimento da reação de costume: franzir os lábios, desviar os olhos… mas, por maldade do destino, ali estava ele preso diante do homem e suas duas acompanhantes, uma senhora que aparentava idade e uma bonitinha moça da mesma idade que ele, os três estavam obviamente engajados no agravante ritual de comparação. Ao menos a jovem era realmente atraente, surpreendentemente.

— Vossa Graça nunca faltou com as palavras para descrever as muitas realizações do senhor Marquês, apenas deixou de mencionar sua beleza.

— Irmão! — sibilou a mulher mais velha.

Fox sentiu as bochechas aquecerem.

— Homens não são bonitos, senhor.

— Modéstia sua, milorde! — Jonhson riu bem-humorado. — Nós não podemos ser só inteligentes ou fortes ou trabalhadores! Alguns de nós podem carregar a admirável tarefa de encantar o sexo frágil.

O Duque deu uma risadinha.

O homem barrigudo se inclinou e abraçou a cintura da moça jovem.

— Aqui está um belo exemplar das frágeis, me diga, querida, milorde Marquês não é um dos homens mais bonitos que você já viu?

Os olhos de Fox travaram nos da bela moça que corava como tomate na colheita. Para surpresa dele, ela mexeu os lábios sem fazer barulho.

— Ele não tem limite. Sinto muito.

Um sorriso de lábios presos tomou conta de Fox, apesar da barba fechada. Foi involuntário, reação sincera.

— Diga, querida!

— Pare com isso, irmão! — A mulher de mais idade segurou o barrigudo pelo braço. — Perdão, milordes.

— Não se preocupe, senhora, estou bem acostumado com o entusiasmo de Johnson. — O Duque teve uma discreta sessão de tosse que terminou em um suspiro. — Meu filho, que é realmente um bonito homem, acabou de voltar do continente e ainda não teve chance de conhecer nossos contatos. Estávamos celebrando nosso reencontro. — Um gesto elegante com a mão indicou a grande escada que conduzia os clientes até o salão do restaurante.

— Viemos pelo mesmo motivo, uma coincidência formidável! Minha sobrinha chegou de Paris esta tarde; já são anos desde a última vez que ela esteve em Londres conosco. — O barrigudo Johnson sorriu ternamente para a jovem.

— Esta tarde, você disse? — O Duque franziu a testa.

— Sim, foi isso — Jonhson respondeu alegre.

— Sua menina chegou hoje, que coincidência!

— Não é uma beleza, Sua Graça? Os olhos da minha falecida irmã, o cérebro de um gênio!

— Uma cientista, Sua Graça! — A mulher mais velha se gabou. — Tão jovem e bonita, dedicada à ciência!

— Faça apresentações formais, Johnson. A Inglaterra precisa muito de gênios atualmente. — O Duque piscou os olhos cansados.

— Milorde, acredito que você se lembre da minha irmã Frederica James dos escritórios de importação, ela ajuda com os embarques, é viúva do advogado de J. James — Johnson disse com pompa. — E aqui está minha doce sobrinha, Mercy Ellen Dearstring, fruto da união de nossa saudosa irmã com meu bom amigo e parceiro de negócios.

— É um prazer conhecê-la, Srta. Dearstring. — O Duque baixou a cabeça levemente.

Fox também.

— Senhorita.

— Senhora, Milordes. — Ellen sorriu timidamente, subindo de uma reverência. — Como minha tia, sou viúva. — Ao dizer isso, um rubor profundo tomou conta de suas bochechas porque todos os olhos se voltaram para ela instantaneamente. Não apenas o Duque e Fox, que mal haviam desviado o olhar dela, mas também sua tia e seu tio.

Aquilo realmente chamou a atenção do velho nobre.

— Eu me lembro do nome Dearstring, Johnson, não me lembro? Não foi ele quem primeiro me enviou excelentes opções de chá da Índia?

— Ele mesmo, Sua Graça. — Johnson balançou a cabeça. — O melhor parceiro e amigo que alguém poderia ter. Uma mente brilhante para os negócios. Um homem forte daqueles acabou vencido por um animal minúsculo que ninguém dá importância. — Ele franziu a testa com raiva. — Um dia os cirurgiões notarão a malícia dos mosquitos, eu lhe digo.

— E a filha usa o nome de solteira depois de ficar viúva? Ou você se casou com um primo?

— Uma série de infortúnios, excelência. — Ellen se apressou em responder antes de seu tio prolixo. — Tantas perdas, escolhi deixar a dor em Bombaim quando me mudei para Paris.

— Eu entendo, Sra. Dearstring. Eu também sou viúvo.  

— Minhas condolências, Sua Graça. — Ela fez uma mesura novamente.

— E minhas para você. — Ele moveu a cabeça novamente, mas todos podiam ver que seu semblante estava cada vez mais contido, como se o Duque fosse uma vela prestes a se apagar. — Você herdou o dom para a ciência de seu marido, suponho.

— Ela tem seu próprio entendimento, Sua Graça; um dia, milorde terá que encontrar tempo para permitir que ela meça sua pessoa! Que estudo engenhoso, ossos e estruturas sob nossa pele!

— Ninguém liga para isso na Inglaterra, apenas nossa Mercy Ellen! Ela é revolucionária — sua tia assentiu sorrindo.

— Bem, antropometria não é um estudo tão obscuro. — Ellen sorriu de lado, os olhos mostrando alegria e amor em resposta aos elogios dos tios. — O homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci data do final do século 15.

— Não é a técnica usada para identificar criminosos? — Fox ainda dirigia todas as suas atenções para a atraente e jovem viúva de modos delicados, cientista da polícia.

— Sim, sim, milorde! — ela sorriu. — Monsieur Bertillon tem obtido excelentes resultados em perícia Francesa!

— Você trabalha para ele? — Fox se forçou a não responder o sorriso, o assunto era extremamente estranho e ele estava preocupado com a saúde de seu pai. Mas como ela era agradável aos olhos! — Sou um Enviado da Coroa na Espanha; tudo o que nos ajuda a manter a justiça é útil. Fronteiras secas não são fáceis de proteger.

— Oh, não, milorde. — Ellen balançou a cabeça, lábios unidos. — Eu estudo genealogia com objetivo puramente acadêmico para o assunto.

— Ah, entendo. — Ele acenou com a cabeça.

— Imagine só os filhos que ela terá um dia! Serão um prodígio da ciência!

— Meu tio!

— Meu irmão!

As duas mulheres reclamaram juntas.

Ansioso pela oportunidade de impressionar os homens importantes, Johnson pegou a mão de Ellen para enfiá-la na dobra de seu braço. — Ela costumava ser uma frequentadora regular da Sorbonne.

— Ela até tem um diploma! — Frederica anunciou ainda um tanto contrariada.

— Agora ela precisa de um marido, eu digo. — O tio deu um tapinha na mão da jovem em seu braço. — Estou certo, Sua Graça? Uma garota bonita, uma mente formidável, ela tem que estar procurando um homem para ter um propósito na vida. Se ao menos ela se dedicasse à arte de escolher um pretendente com o mesmo ardor com que se preocupa com a ciência…

— Qualquer cavalheiro seria extremamente sortudo ao lado da Sra. Dearstring, tenho certeza — o Duque disse em uma voz que poderia ser chamada de fraca se o homem não fosse tão educado.

— Encontrar um casamento não pode ser feito às pressas, tio — Ellen respondeu corando, sob as saias de aro ela trocava o peso de pé para pé por puro constrangimento.

Um novo sopro de vitalidade pareceu atingir o Duque, tanto que ele esboçou um sorriso.

— Eventualmente, deverá ser feito. — O tio insistiu.

Quando o alquebrado Duque se virou para o filho Marquês, ele tinha os olhos brilhando.

— Vocês dois já se conheciam?

— Não. — Fox balançou a cabeça.

— Você tem certeza?

O Marquês não respondeu.

— Chegaram do continente no mesmo dia, você pela manhã e ela na parte da tarde.

— Onde quer chegar, meu pai?

— Milorde teria feito a travessia do continente para cá com minha Mercy Ellen? É isso que você pensou, Vossa Graça? — Johnson piscou, Ellen franziu a testa.

O Duque tinha uma expressão divertida em seu rosto envelhecido.

— Jonhson, que situação extraordinária. As palavras da encantadora Sra. Dearstring são quase literalmente o que tenho ouvido desde que meu filho atingiu a idade adulta. — Ele soltou uma risada. — Eu me pergunto se há tramoia maior que coincidência neste encontro aqui no saguão do Prato D’Ouro.

— Por favor, pai. — Fox bufou e balançou a cabeça. — Perdoe o senso de humor dele, Sra. Dearstring. — Era sua hora de se desculpar. — Ele se diverte às minhas custas porque me recuso a ser presa dos esquemas das casamenteiras interessadas em nossos títulos.

Ellen balançou a cabeça, sorriu com os olhos, mas não respondeu.

— Meu filho sempre me disse que encontraria uma companheira quando o tempo oferecesse oportunidade de avaliar todas as qualidades e defeitos em uma dama perfeita; sendo essa tarefa árdua e ele sendo muito ocupado, eu não precisava esperar um anúncio logo. — O Duque inclinou a cabeça.

— Minha sobrinha é um pouco mais direta em suas palavras, eu acho.

— Mesma mensagem.

— De fato…

Sob o escrutínio do Duque e do tio, Fox e Ellen coraram ainda mais. Ela queria fugir, pensou em chamar a atenção de sua tia para pedir ajuda, mas seria incrivelmente rude abandonar um Duque e um Marquês. Felizmente, eles foram salvos pela chegada de um lacaio.

— A carruagem está pronta, meu pândego pai. — Fox acenou para a porta.

— Desejo boa noite, Johnson. — O Duque ofereceu a mão em cumprimento, bom humor o dominava. — Caso não nos encontremos nos próximos dias, desejo-lhes um feliz Natal.

— Feliz Natal, Sua Graça. Vou providenciar a entrega segura de sua remessa ainda esta semana.

— Agradeço-lhe. — Com elegância, o Duque moveu a cabeça quase imperceptivelmente. — Sra. James, Sra. Dearstring.   

— Sua Graça. — Ambas as mulheres fizeram uma mesura.

— Boa noite — Fox respondeu com uma reverência.

Johnson curvou-se, as mulheres reverenciaram novamente.

***

— Francamente, pai, foi necessária aquela vergonha? — Fox balançou a cabeça enquanto o pai ria. — Você praticamente me empurrou para a viúva.

— Linda, isso é o que ela é. Inteligente, esperta, parece que não se deixou levar por seu rosto bonito nem pela voz de veludo… Sequer um elogio ela disse! Parabéns à Sra. Dearstring! — Uma tosse violenta e um suspiro. — Ah… como era bom ser jovem o suficiente para viúvas e debutantes…

— O velho bebeu vinho demais — Fox murmurou enquanto a carruagem balançava pelas ruas de Londres, de Mayfair a Kensington onde seu pequeno palácio estava sediado.

— É mesmo curioso vocês terem voltado para cá no mesmo dia.

— Nada curioso, existem vários serviços de travessia do continente. Nem sei de onde ela saiu.

— Jonhson disse Paris, então ela veio de Calais.

— A formosa viúva pode ter escolhido Boulogne ou até vindo da Bélgica por Ostend.

O Duque abriu um sorriso.

— Formosa, huh?

Fox permaneceu em silêncio enquanto os pensamentos voltavam à tal mulher das ciências. Ela tinha olhos bonitos, cheirava bem também; ele sabia admirar uma dama perfumada. Especialmente se tivesse rosto bem proporcionado, bastante simétrico, nariz bonito, olhos brilhantes e redondos, boca desenhada. Silhueta muito agradável também, cintura estreita e busto empinado. E a altura era boa para ele. Se ele fosse notá-la, teria percebido isso tudo.

Outra risada do pai.

— O silêncio é admissão de culpa, meu rapaz.

— Mas uma mulher da ciência? Será verdade isso?… Que estranho. Você não achou curiosa a maneira como ela falou sobre casamentos?

— Sim! — Uma tosse. — Exatamente como você! — A tosse misturada com risadas não parou desta vez e o filho empurrou a cientista para o fundo da mente.

***

— Tio, você é uma desgraça! Pior do que os mosquitos que você odeia — Ellen sibilou enquanto eles se sentavam ao redor da mesa no restaurante elegante. — Se meu pai estivesse aqui, ele mataria você! Me expondo daquela forma! Você estava me vendendo? Estou em leilão?

— Se aqueles mosquitos tivessem deixado seu pai em paz, você não faria metade de suas travessuras, garota. — Johnson sorriu. — Você conhecia o Marquês e não me contou?

— Não!

— O Duque é um bom cliente. Diga-me a verdade.

— Eu estou!

— Como é que vocês dois pensam o mesmo sobre casamento?

— Vocês dois podem se comportar? — Frederica segurou a mão da sobrinha e do irmão sobre a mesa ao mesmo tempo. — Sempre quis vir a este restaurante chique e comer ostras. Finalmente estou aqui e vou aproveitar tudo que posso em harmonia com as minhas duas pessoas favoritas no mundo. Entendido?

— Sim, tia.  

— Sim, Freddy.  

— Muito bem. Agora, me fale da moda dos chapéus femininos em Paris para esta temporada, Mercy Ellen.

O pecado da dúvida

Moira Bianchi

259 Páginas

Ellen e Fox se envolvem, então, em uma aventura excitante, navegando por entre homens poderosos e grandes fortunas. Parceiros no mistério, eles forjam uma forte amizade, descobrem que têm muito em comum e se rendem à miríade de emoções que envolve o maior segredo que um Duque poderia confiar a outra criatura: sua ancestralidade.

Uma adorável história sobre amor, confiança e honra ambientada no meio do século 19, cheia dos curiosos detalhes da vida Vitoriana.

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